Uma análise dialetológica da “gualín do ttk” e sua influência na construção identitária do “KGL”

Este trabalho analisa, a partir de uma perspectiva sócio-cultural, um dialeto instaurado no território do Catete em meados de 1960, com o objetivo de dibrar a repressão da ditatura militar no bairro e adjacências. Este fenômeno é conhecido como gualín do TTK – sendo “gualín” a inversão silábica da palavra “língua” e “TTK” a inversão do acrônimo pelo qual o bairro do Catete é conhecido, notadamente KTT. Por ser adotado como meio de comunicação de grupos socialmente marginalizados, como os pichadores e os skatistas, nota-se que o território e as influências culturais urbanas impulsionam as múltiplas aplicações do dialeto nos contextos cotidianos. O objetivo deste trabalho é analisar a relação entre língua, identidade e cultura, procurando entender a) a maneira como o território, com seus elementos históricos, políticos, geográficos e ideológicos, impacta a construção identidade individual e coletiva dos atores sociais e b) como a intenção discursiva do dialeto do Catete é determinada pelo contexto político e social em que os individuos desse território se encontram. Para o processo metodológico, foram consultados livros, artigos acadêmicos, periódicos científicos, além de veículos de comunicação especializados em cultura urbana, por conta da especificidade do tema. O trabalho por fim buscou entender quais foram os processos simbólicos e interpretativos que transformaram o objeto de pesquisa em elemento constitutivo da identidade do Catete e redondezas e validaram sua resistência como elemento cultural e identitário